sábado, fevereiro 10, 2007















Despenalização da IVG (II)
Aborto clandestino: um flagelo social
Assembleia da República, 20.2.97
28.12.2006


Portugal é o país da Europa onde mais abortos se praticam ilegalmente por ano, onde mais mulheres morrem por causa de abortos clandestinos e onde mais mulheres ficam mutiladas em consequência de abortos feitos em condições degradantes, sem um mínimo de higiene e de segurança. Este problema não é um problema do foro íntimo. É um flagelo social que exige uma decisão política. E essa responsabilidade é nossa, porque esta é a sede da representação nacional. Não se trata de saber quem é por ou contra o aborto. Ninguém aborta por prazer. Não se trata tão pouco de uma questão entre católicos e não católicos, crentes e não crentes. Trata-se de saber quem é por ou contra a adaptação da realidade jurídica à realidade social. Quem é por ou contra a persistência de uma proibição que está em contradição com a vida e que a vida, na prática, já revogou. Trata-se, ao fim e ao cabo, de saber quem é pela verdade na lei ou pela continuação nela da mentira e da hipocrisia. Este é que é o fundo da questão.


Manuel Alegre

1 comentário:

Isabel Victor disse...

Venho aqui vestida assim, de SIM, com esperança no sentido de responsabilidade dos/das portugueses/as.

Até amanhã ...